Em meio a um cenário de injustiça e insatisfação, enfermeiros, técnicos e auxiliares têm enfrentado dificuldades para receber seus salários em diversos estados do Brasil. A falta de repasse adequado dos valores complementares, sobretudo relacionados ao piso da enfermagem, tem gerado um descontentamento generalizado na categoria.
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Bahia (SEEB), Alessandra Gadelha, expressou sua preocupação com a situação. Segundo ela, muitos profissionais não estão recebendo seus salários de forma integral, e isso tem contribuído para um ambiente de injustiça e descontentamento. Gadelha aponta os problemas no repasse do Ministério da Saúde através do Fundo Nacional de Saúde como uma das principais causas dessa situação.
Além disso, há relatos de atrasos e descontos indevidos por parte das empresas contratadas, o que agrava ainda mais a situação. Davi Apóstolo, presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), destacou que o dinheiro destinado às prefeituras nem sempre chega aos trabalhadores, sendo retido por algumas administrações municipais.
Em Pernambuco, a situação não é diferente. Francis Herbert, presidente do Sindicato Profissional de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satempe), denuncia a falta de atenção e comprometimento dos órgãos responsáveis pelo repasse dos salários.
Recentemente, o Conselho Regional de Enfermagem do Tocantins (Coren-TO) precisou recorrer à justiça para garantir a adequação dos salários da enfermagem ao piso nacional da categoria. O órgão solicitou a suspensão parcial de um concurso público e estabeleceu multa diária caso a determinação não fosse acatada.
Apesar dos desafios enfrentados, há exemplos de progresso em alguns estados. O governo do Tocantins anunciou o pagamento do piso da enfermagem aos profissionais do quadro da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), proporcionando um alívio financeiro aos trabalhadores.
Diante desse contexto, fica evidente a urgência de medidas por parte dos gestores públicos para garantir o pagamento justo e integral dos salários da enfermagem, reconhecendo o valor essencial desses profissionais para o sistema de saúde do país. A falta de repasse adequado não apenas afeta diretamente a vida dos trabalhadores, mas também compromete a qualidade e eficiência dos serviços prestados à população.